Por Ricardo Bohn Gonçalves
Eu poderia apresentar o Argiano 2018 como o Brunello di Montalcino que conquistou o prêmio de o melhor tinto de 2023 pela revista americana Wine Spectator no final do ano passado. E aproveitar para informar que a RBG Vinhos conseguiu um lote exclusivo deste vinho, disponível agora no nosso site.
Mas a história deste tinto é tão interessante, que vale contar um pouco mais para vocês, assim como os critérios da revista americana para a escolha do vinho vencedor na sua lista dos 100 melhores do ano. A Argiano é uma charmosa vila, construída no período renascentista (data do ano de 1580), rodeada de vinhedos e olivais. Foi comprada pelo banqueiro brasileiro André Esteves, sócio do BTG Pactual, em 2012, por um valor estimado em 50 milhões de euros. Logo depois, o empresário adquiriu a também charmosa Quinta da Romaneira, no Douro, Portugal.
Esteves logo mostrou interesse na qualidade dos vinhos nos dois projetos. Na Argiano, tirou o enólogo Hans Vinding-Diers, que era pessoa de confiança da condessa Noemi Marone Cinzano, a antiga proprietária, e contratou o enólogo italiano Alberto Antonini, para a consultoria nos vinhos, e o chileno especialista em solo Pedro Parra, para descobrir as melhores parcelas de vinhedos. E lançou o desafio para que a dupla elaborasse os melhores brunellos possíveis neste terroir privilegiado.
O resultado foi não apenas o aumento da qualidade dos tintos, elaborados com a sangiovese, mas também a aposta nos chamados vinhos de parcela, aquelas pequenas áreas do vinhedo que resultam em goles de maior complexidade. Um exemplo é o Vigna del Suolo, uma parcela de pouco mais de quatro hectares de vinhedos antigos, plantados em 1965. Há outras duas parcelas especiais, mas esses vinhos ainda não chegaram ao mercado. E também o Brunello Riserva e os mais simples Rosso di Montalcino.
Com esses vinhos de parcela, você pode me perguntar por qual razão a Wine Spectator colocou o Brunello como vinho do ano. A revista tem o critério de premiar vinhos de qualidade, claro, mas com volume suficiente para ser encontrado no mercado norte-americano, o que não acontece com esses vinhos de pequenas parcelas e produções minúsculas. E esses são critérios que o Argiano 2018 cumpre muito bem.
Muito bom Rica!
ResponderExcluir:-)
ExcluirExcelente história e muito obrigado por compartilhar sua sabedoria de forma tão humilde, Ricardo!
ResponderExcluirNós que agradecemos o carinho e elogios de sempre Jose Geraldo.
ResponderExcluirTambém gostei muito
ResponderExcluirUma bela história por trás do vinho ;)
ResponderExcluirSoube dessa história pelo Almir Meirelles que nos brindou com Argiano da safra premiada. Embora não seja o vinho da minha predileção, esse Argiano estava maravilhoso. E promete melhorar com o tempo
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