O vinho no Carnaval

 

RBG

Por Ricardo Bohn Gonçalves 

Carnaval combina com vinho? Teoricamente, não. É inviável levar uma garrafa para a folia, pelas mais diversas razões, da dificuldade de dançar com a taça na mão à temperatura correta da bebida etc. O vinho em lata, que poderia resolver estas questões práticas, é uma bebida que um dia pode ser maravilhosa, mas ainda tem um longo caminho para percorrer rumo à qualidade.
 
Mas temos o longo feriado de Carnaval e a vontade de apreciar a bebida. Como a folia acontece em dias de calor – aliás, de muito calor – por aqui, eu acho que Carnaval combina com vinhos mais leves, em geral brancos, para não correr o risco de um tanino mais rugoso atrapalhe, refrescantes e alegres.
 
Isso se traduz também em uvas que resultam em brancos mais frescos. Sauvignon Blanc, alvarinho, pinot grigio são algumas entre as muitas opções. Minha dica nestes dias é evitar aqueles brancos mais “pesados”, que podem ser traduzidos com os que fermentam ou tem estágios em barricas de carvalho – não raro, há esta informação no contrarrótulo. São brancos mais potentes, que harmonizam em outros cenários. Agora, é a hora daqueles brancos refrescantes, com leveza até na própria cor (a grande maioria tem toques verdeais e tonalidades quase transparentes).
 
O Carnaval também encontra eco nos movimentos recentes contra o consumo de bebidas alcoólicas ou na escolha daquelas com teor alcoólico mais baixo. Mas não ache essa informação de pouco álcool e muita folia tão contraditória assim. A tendência de vinhos com menor teor alcoólico veio para ficar, como mostra o Dry January, que tanta atenção chamou na mídia no mês passado.
 
A preocupação com a saúde, a necessidade (ou a vontade) de ter o controle da situação e até o fato de ser o motorista da vez explicam a opção por vinhos mais leves e, até, a não beber em uma certa situação. É o consumo moderado, para quem quer aproveitar o carnaval, na folia ou no descanso. Mas com alegria.

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