Por Ricardo Bohn Gonçalves
Virna Borgogno foi a primeira mulher a se formar em enologia na Itália. E nem faz tanto tempo assim: ela conquistou o diploma em 1988, menos de quatro décadas atrás. Recém-formada pela Universidade de Turin, ela assumiu a vinícola da família, no Piemonte, no início trabalhando com o seu pai, Lodovico, e hoje divide o trabalho com a sua irmã, Ivana, que é responsável pela parte administrativa.
A enologia sempre foi a paixão de Virna. Tanto que em 2001, a vinícola, fundada em 1720, foi rebatizada com o logo “Virna” para refletir o papel desempenhado pelas mulheres no mundo do vinho. É uma bela homenagem!
No caso da Borgogno, há um importante trabalho realizado na gestão de Virna para valorizar os vinhedos do Langhe, a região do Piemonte fora das fronteiras de Barolo e de Barbaresco, mas que também elabora vinhos de muita qualidade com a uva nebiollo (e que custam bem menos). Não é à toa que o Langue de Virna é conhecido como um “mini-barolo”.
Escolhi contar essa breve história de Virna para homenagear as mulheres neste mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. O mundo do vinho sempre foi muito machista e fechado para as mulheres. Mas esta é uma realidade que está mudando, e não era sem tempo. E tenho certeza que Virna enfrentou muitas batalhas até conseguir liderar uma vinícola, ainda mais na Itália.
Temos orgulho de ter quatro vinhos de Virna no nosso portfolio e de contar essa história para os nossos clientes. São eles os Virna Borgogno Langhe Nebbiolo 2018, Barolo DOCG Riserva 2013, Barolo DOC Noi 2016 e Barolo DOCG Comune di Barolo 2016.
Aqui na RBG Vinhos trabalhamos ainda com os rótulos de Arianna Occhipinti, também uma mulher pioneira, agora no sul da Itália, na produção de vinhos com cultivo e certificação orgânicos – aqui temos dois rótulos dela, um tinto, o SP68 IGT Terre Siciliane Rosso 2020, e um branco, o Frappato IGT Terre Siciliane 2019.
São exemplos que mostram como as mulheres estão conquistando espaços em ambientes tão masculinos e machistas como o vinho. E não é apenas nos vinhedos e nas vinícolas. As mulheres também estão conquistando o seu espaço em todos os setores no mundo do vinho.
No Brasil, ainda são poucas aquelas que trabalham na enologia, mas a participação destas profissionais é crescente. Minha impressão é que é no serviço do vinho, como sommelières, que as mulheres vêm conquistando maior representação no Brasil. Mas há também exemplos de mulheres na comunicação, na venda e na divulgação do vinho, porque escolher trabalhar com vinho não é e não tem de ser uma questão de gênero. Brinco que é uma questão de bom-senso!
Que cada vez mais homens pensem como você sobre o papel das mulheres, não só na enologia como nos demais setores da sociedade.
ResponderExcluirSim, com certeza!
ExcluirExcelente matéria e um reconhecimento ao belo trabalho que as mulheres vem desempenhando no mundo do vinho. No Uruguai temos vinícola comandado só por mulheres.
ResponderExcluirRicardo. Gostei de saber sobre essas mulheres ligadas ao vinho. Obrigado por compartilhar
ResponderExcluirNós que agradecemos!
ExcluirAdorei o rogada vi por compartilhar
ResponderExcluirObrigada!
Excluiradorei , obrigada por compartilhar
ResponderExcluirQue história interessante essa!
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