O meu “amigo” barolo

RBGVinhos
Prunotto - Langhe, Itália

Por Ricardo Bohn Gonçalves


Tem uma frase sobre o Barolo, o grande vinho do Piemonte, que eu gosto muito, mas que não é minha: “O Barolo é um vinho difícil de ficar amigo, mas quando a gente consegue, é uma amizade inseparável”. E é com essa frase que eu te convido a conhecer o Bussia, um tinto que nasce de um dos crus de Barolo, elaborado pela Prunotto, projeto atualmente liderado pela Marchesi Antinori nesta região do norte da Itália.

Gostar ou entender um Barolo não é fácil, ao menos nas primeiras vezes que provamos um vinho desta denominação. É como uma obra de arte, que exige tempo, paciência, dedicação. Às vezes, ele é um tinto muito tânico, em outras, elegante. Às vezes, jovem demais; em outras, de uma complexidade única. Mas quando entendemos esse vinho, passamos a valorizar a nebbiolo, que é a sua uva, e a defini-la como uma das melhores variedades italianas. E a Itália tem muitas variedades de uvas...

No meu caso, ouso comparar os grandes Barolos aos Borgonhas inesquecíveis. Brinco que eles são primos, mesmo sabendo que essa definição pode não ser muito precisa. Os Barolos têm uma potência e uns taninos que não encontramos nos Borgonhas, mas têm, ao mesmo tempo, uma finesse e uma delicadeza que lembram os Borgonhas.

Ao mesmo tempo, assim como os Borgonhas, são elaborados com uma única variedade (a nebbiolo, na Itália, e a pinot noir, na França). E as duas são uvas caprichosas: é muito difícil, quase impossível, a pinot noir mostrar todas as suas qualidades em outro terroir, que não o da Borgonha. O mesmo acontece com a nebbiolo quando é plantada fora das fronteiras de sua denominação de origem controlada e garantida. Difícil citar um grande nebbiolo fora do seu habitat.

No caso do Bussia, esse é um barolo que nasce em um dos melhores crus da região. Os primeiros Bussia surgiram nos anos 1960, quando a vinícola passou a focar em elaborar tintos de pequenos terroirs específicos, os crus, em uma busca crescente por qualidade. A família Antinori assumiu o projeto no início dos anos 1990, o que trouxe mais precisão e elegância ao vinho, que nasceu em 1905 pelas mãos do italiano Alfredo Prunotto.

A vinícola fica em Alba, cidade no coração do Langhe e conhecida pelas suas trufas, uma iguaria única, que combina perfeitamente com os grandes nebbiolos – mas aqui, prometo contar em breve porque essa harmonização funciona tão bem.



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Comentários

  1. Anônimo8/4/24

    Esse barolo é excelente

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  2. Vinicius Toleto8/4/24

    Ricardo bom domingo. Sabemos que é bem difícil acharmos bons Barolos no mercado brasileiro, o custo Brasil é o que, em muitas vezes, torna essa experiencia de se degustar um ótimo Barolo, algo bem dispendioso. A verdade é que o Brasil tem sido inundado por barolos genéricos e isso a muitos anos lógico, não é o caso do Barolo que voce está vendendo, esse sim um barolo de qualidade! Continue assim, prospectando ótimos vinhos para nós.

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