Por Ricardo Bohn Gonçalves
No vale d’Itria, em uma das colinas da Puglia, a pequena Ostuni é conhecida como a cittá bianca pelas paredes das suas casas, todas pintadas de branco. Esta cidade medieval italiana, no litoral do mar Adriático, foi o meu destino dos últimos dias, em uma experiência única que quero contar para vocês.
Fui a Ostuni não pela beleza da cidade, que adorei descobrir, mas para ser um consultor de vinhos para dois grupos de turistas brasileiros. Explico melhor: minha missão era escolher brancos e tintos para harmonizar com as criações de Marcelus Porciuncula Vieira, um gaúcho de Ijuí, grande amigo que é chef de cozinha nas horas vagas. Marcelus e sua esposa Suzana criaram um projeto bem interessante de turismo, pela Al Mondo Turismo Gastronômico. A ideia é passar uma semana em um destino – a primeira que fiz com eles, no ano passado, foi na Borgonha – ,agora na Puglia. O plano é criar esta experiência na Toscana no ano que vem.
A proposta é que o turista passe uma semana em um destino, em um grupo pequeno, entre 10 e 12 pessoas, hospedado em uma casa aconchegante, que Suzana transforma em um verdadeiro hotel cinco estrelas. Além da hospedagem, Marcelus oferece um café da manhã – que é espetacular – e o jantar. Cabe a mim escolher os vinhos para harmonizarem com as criações do chef, sempre focadas em ingredientes locais. Na Puglia, eu fiz a mesma proposta para os dois grupos: a primeira era focar nos vinhos de toda a Itália e outra, nos rótulos da Puglia. Para a minha sorte, todos preferiram os rótulos locais, o que me permitiu conhecer mais a diversidade de vinhos elaborados com a primitivo, a negroamaro e, para a minha surpresa, com a susumaniello, nas tintas.
Esta é uma variedade local (a Itália é a líder em variedades autóctones), que quase desapareceu dos vinhedos da Puglia. Dá origem a um tinto mais leve e não tão maduro como os elaborados com a primitivo, o que permite diversas harmonizações. E, claro, também me surpreendi com a qualidade de vários negroamaros e primitivos, que nem sempre chegam ao Brasil. E me encantei com o frescor dos brancos, elaborados com uvas como a inzolia e grillo.
Os vinhos da Puglia melhoraram muito de qualidade nos últimos tempos. Continuam mais concentrados, característica do clima quente onde estão localizados os seus vinhedos. Lembram, às vezes, os vinhos do Alentejo, também uma região de clima quente.
Meu trabalho começa antes de embarcar para o destino, com uma ampla pesquisa dos vinhos elaborados na região. E, ao chegar, visito as lojas de vinho da cidade. Em Ostuni, encontrei duas lojas que gostei bastante, uma focada em rótulos locais e outra, em vinhos de toda a Itália. Converso muito com os atendentes das lojas sobre os vinhos, seus estilos e vocação gastronômica para definir o que comprar. Na Puglia, também me surpreendi com os preços das garrafas, mesmo sendo uma cidade turística. Havia muita coisa boa e complexa por 20, 25 euros.
Ir as compras dos ingredientes também ajuda a pensar no estilo do vinho. Mercados, peixarias e feiras livres são as minhas fontes de informação. Provar sabores novos – os peixes são o forte da região – auxilia muito na tarefa de pensar a harmonização e que vinhos escolher.
Com a seleção feita, é partir para o serviço do vinho. Cuidar da temperatura, degustar as garrafas, provar as harmonizações e contar sobre os vinhos durante o jantar. Quer programa melhor?
Os vinhos da Puglia melhoraram muito de qualidade nos últimos tempos. Continuam mais concentrados, característica do clima quente onde estão localizados os seus vinhedos. Lembram, às vezes, os vinhos do Alentejo, também uma região de clima quente.
Meu trabalho começa antes de embarcar para o destino, com uma ampla pesquisa dos vinhos elaborados na região. E, ao chegar, visito as lojas de vinho da cidade. Em Ostuni, encontrei duas lojas que gostei bastante, uma focada em rótulos locais e outra, em vinhos de toda a Itália. Converso muito com os atendentes das lojas sobre os vinhos, seus estilos e vocação gastronômica para definir o que comprar. Na Puglia, também me surpreendi com os preços das garrafas, mesmo sendo uma cidade turística. Havia muita coisa boa e complexa por 20, 25 euros.
Ir as compras dos ingredientes também ajuda a pensar no estilo do vinho. Mercados, peixarias e feiras livres são as minhas fontes de informação. Provar sabores novos – os peixes são o forte da região – auxilia muito na tarefa de pensar a harmonização e que vinhos escolher.
Com a seleção feita, é partir para o serviço do vinho. Cuidar da temperatura, degustar as garrafas, provar as harmonizações e contar sobre os vinhos durante o jantar. Quer programa melhor?
Super legal. Bela experiência e belo projeto. Parabéns.
ResponderExcluirDeve ter sido uma delícia de viagem!
ResponderExcluirInteressada em fazer parte dos grupos de viagens
ResponderExcluirBelíssima iniciativa da qual você participou como consultor, este tipo de imersão local faz com que se conheça bem o que de melhor se produz na região escolhida para se viajar. Lembro que tomei um vinho da Puglia, o Epicuro Primitivo di Manduria Riserva e fiquei bem impressionado com a qualidade do mesmo!
ResponderExcluirPara nós é uma honra e um privilégio contar com a parceria de um profissional como Ricardo Bohn que através da escolha dos vinhos e da harmonização, contribuía para experiência de nossos hóspedes ser agradável e completa.
ResponderExcluirRBG, Sensacional essa ideia de seus amigos Marcellus e Suzana. E ainda mais que vc também se envolveu diretamente nessa experiência. Não conheço a Puglia mas eu e minha esposa estamos pensando em reconectar a Itália em nossas próximas viagens. Valeu a dica…..
ResponderExcluirViagem, amigos, boa comida em plena Itália. Precisa algo mais? ;)
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