Por Ricardo Bohn Gonçalves
Há uma frase milenar e sábia de que a virtude está no meio termo. Lembrei muito desta máxima nas discussões sobre o Dry January, movimento que propõe passar todos os dias de janeiro sem consumir bebidas alcoólicas, vinho incluído. Criado em 2013 pela inglesa Emily Robinson, o “Janeiro Seco” ganha a cada ano mais e mais seguidores e, aqui, no nosso mundo do vinho, também muitas críticas.
E em todas as conversas que tive – algumas até acaloradas – sobre as vantagens e desvantagens de passar um mês sem bebida alcoólica, eu confesso que, além de ter certa resistência à ideia, eu ponderava que nos extremos sempre tem o proselitismo. De um lado, o excesso de não ingerir nada alcoólico e de fazer pregações acaloradas contra a bebida; do outro, o de beber demais, com todos os inconvenientes que isso acarreta.
Acredito que o interesse do “Janeiro Seco” venha ganhando força pela tendência de se consumir bebidas com menor teor alcoólico. Há bons exemplos de brancos e tintos com menor teor alcoólico, quando comparados com suas safras antigas, principalmente as elaboradas na chamada era Robert Parker, o supercrítico norteamericano que pontuava muito alto aquelas amostras mais encorpadas e potentes. Mas, atualmente, fazer a colheita das uvas mais cedo, evitar a sobrematuração e, consequentemente, a transformação de todo este açúcar em álcool já são norma em muitas vinícolas e resultam em vinho com menor teor alcoólico.
Quando o assunto é o zero álcool, no entanto, o vinho está um tanto atrasado. A cerveja é o melhor exemplo de bebida alcoólica que saiu na frente, investiu muito e atualmente tem vários exemplos de produto sem álcool com aromas e sabores mais palatáveis. Acredito que o vinho deve chegar lá, com toda a tecnologia envolvida, mas ainda falta uma boa jornada.
Assim, o melhor é ser virtuoso e ficar no meio do caminho. No meu caso, não importa exatamente o mês, se é um caloroso janeiro ou um julho de muito frio, sigo sempre firme na proposta de não beber em três e, quando possível, até quatro dias na semana. Mas trabalho com vinho e degustar é um dos pré-requisitos para recomendar brancos e tintos para os nossos clientes, o que nem sempre me permite cumprir esta meta.
Nas refeições em que o vinho se faz presente, também procuro ficar atento à quantidade. Consumo, em geral, de um quarto a metade de uma garrafa. Claro que há exceções, graças aquelas confrarias animadas e aqueles amigos generosos. Mas, neste caso, também me preocupo em beber muita água.
Tenho também uma preocupação grande com a saúde e com a forma física e faço ginástica com regularidade. Sempre fiz esporte e sei o quanto isso me ajuda, inclusive, no meu contato com o vinho.
Ou seja, a premissa de beber com moderação é a minha resposta a todos os movimentos de restrição ao consumo de bebida alcoólica.
Concordo plenamente com sua teoria de controlar a bebida durante a semana. Também fico sem beber de 3/4 dias na semana e nos dias que bebo controlo sempre a quantidade. Boa matéria. Abs.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e vamos seguindo sempre pelo caminho do meio
Excluirabraços
É isso aí, Ricardo. Nada como o bom e velho equiílibrio ... e vinho, especialmente compartilhado com alguém e com moderação tem tudo a ver com isso!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e como disse acima vamos seguinte pelo caminho do meio
Excluirabraços
Bela matéria. Amei
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e elogio
ExcluirAbraços
Já houve época em que bebia uma garrafa por dia, hoje aos 60 anos, não mais, bebo metade da garrafa hoje e a outra metade no dia seguinte. Reduzi também o número de garrafas, duas de vinho tinto por semana e uma de branco! Procuro também cuidar do fígado, tomo sempre um remédio natural hepático sempre meia hora antes de consumir álcool e após o consumo de frituras faço o mesmo! E assim, se chegar aos 80 anos, quero continuar a poder beber, nem que seja um pouquinho né, quem sabe!
ResponderExcluirIsso aí, com o tempo nossa capacidade vai diminuindo mesmo e se cuidar e tudo na vida
ExcluirPrecisamos estar bem até para cuidar dos outros
Abraços
Equilíbrio e bom senso é sempre o segredo. E se permitir alguns pecados de vez em quando!! Faz bem para a alma.
ResponderExcluirIsso aí e muito obrigado pelos comentários
ExcluirO importante é se cuidar
Abraços
Excelente comentário. Vamos todos a virtude do meio!
ResponderExcluirIsso aí Silvio
Excluire voce é um praticante dessa virtude a longa data
abraços
Sempre desconfiei dos extremistas. E sempre há um momento (ou mais de um) em que não conseguem evitar a prova do avesso do que pregam.
ResponderExcluirPerfeito seu comentário que concordo plenamente
Excluire muito obrigado por dar sua opinião
abraços
Boas dicas de moderação.
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