
Por Ricardo Bohn Gonçalves
Sim, você não leu errado o título. Eu, Ricardo Bohn Gonçalves, fundador da RBG Vinhos, gosto de cerveja. Não é porque sou fã dos vinhos que não posso apreciar outras bebidas, e a cerveja, confesso, me atraí entre as alcoólicas.
Mas não sou um bebedor frequente de cerveja, e a minha dose não é elevada. Dificilmente bebo mais do que meia garrafa, ao contrário do vinho. Mas em todas as bebidas alcoólicas, eu sigo o princípio de beber com moderação, de apreciar a bebida, mas também a companhia, a conversa, o momento. A favor da cerveja também tem o fato de que eu faço muito esporte e tenho muita sede. E a cerveja cai bem com um aperitivo. Outro ponto é que eu dou sempre preferência ao chope, que é mais cremoso e mais delicado.
A diversidade é o ponto em comum, ao menos para mim, entre o vinho e a cerveja. Para quem acha que tem vinho de estilos e gostos diferentes, pense na cerveja: tem as belgas, as alemãs, as tchecas e até as brasileiras, artesanais. E, entre os seus ingredientes, o malte, o lúpulo, o trigo, as frutas, as especiarias e os óleos essenciais de flores e de ervas...
Esta diversidade me leva ao Frangó, o bar pioneiro em cervejas especiais do Cassio Piccolo e do Norberto D'Oliveira. Eles estão no ramo há muito tempo, quando poucos pensavam em cervejas, além das grandes marcas industriais brasileiras. E fizeram história em um casarão tombado e centenário, localizado em frente da Igreja de Nossa Senhora do Ó, em São Paulo. Lá, as cervejas são acompanhadas daquela gastronomia de boteco, se é que podemos chamar assim. Mas são receitas que permitemharmonizações únicas – quem não é fã da sua coxinha do Frangó?
Do Frangó, só tenho uma crítica. Invariavelmente tem uma blitz nas proximidades... Ou seja, é melhor ir de transporte coletivo ou ter a sorte de ter um amigo que não se importa de ser o “motorista da vez”. O meu último amigo a me acompanhar nas cervejas está com a carteira de motorista suspensa...
Na minha lista de cervejas, gosto muito da Pilsner Urquell, que nasceu na cidade de Pilsen, na República Tcheca. Criada pelo mestre cervejeiro alemão Josef Groll, ela foi a primeira pilsen elaborada, no distante ano de 1842. Eu posso descrevê-la como uma cerveja de cor dourada, com aromas que remetem ao malte e também às notas florais e com um toque levemente picante – aqui, mais uma semelhança com o vinho: é possível descrever a cerveja pelos seus aromas e sabores.
As belgas também estão na minha lista vip, pela sua complexidade, notas aromáticas, que vêm das leveduras, do lúpulo, dos cereais e até das frutas, conforme as suas receitas. Gosto mais ainda quando são produzidas em monastérios ou em abadias. Só é preciso tomar cuidado porque elas são muito alcóolicas. E aqui, um ponto: há cervejas de baixíssimo teor alcoólico e outras de enorme, em uma variação bem maior do que o vinho. Ou seja, mesmo se não conhecer o estilo de cada cerveja, confira sempre o teor alcoólico antes de pedir o segundo copo.
Mas de todas as cervejas, a Guinness é a minha preferida. Ela surgiu em 1759, na Irlanda, em uma receita de Arthur Guinness, daí o seu nome. Atualmente, é a cervejaStout mais consumida no mundo, neste estilo de cerveja de alta fermentação, com bastante malte ou cevada tostada, cor escura e muito encorpada. Não é exatamente a melhor pedida para um dia de Carnaval, pela sua intensidade, mas acho que funciona bem para quem quiser maratonar assistindo os desfiles de escola de samba pela televisão durante a madrugada.
Do vinho, pego mais um conselho: cuidado com a temperatura. Claro que no calor, pedir uma “estupidamente gelada” parece uma boa opção, mas a temperatura baixíssimaanestesia a nossa língua e não sentimos sabor de nada. É melhor a máxima de pedir a cerveja na temperatura ambiente (da Alemanha), no inverno....
Prost!!!
Meus parabéns muito bom até senti um desejo de saborear uma pilsen agora.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e bons goles !!
ExcluirMais um post interessante
ResponderExcluirObrigado pelo elogio e prestigio
Excluirabs
a cerveja tem outra característica que a diferencia do vinho. se você tiver bons ingredientes faz cerveja até no fundo do quintal. já o vinho...
ResponderExcluirRicardo me identifiquei bastante com o texto como um todo. Gostava bastante de cervejas escuras, pesadas e bem alcoólicas mas, sem entender o porque, meu paladar mudou bastante, hoje prefiro cervejas mais leves, pilsen ou lager, mas também gosto de IPAS e também das belgas lógico! Gosto de mestres cervejeiros que propõem sempre receitas diferentes com frutas diferenciadas e lúpulos importados; é sempre muito bacana provar cervejas diferentes. Em resumo bebo mais cerveja no verão mesmo e sigo bebendo mais vinhos, pois a diversidade desta bebida é, na minha opinião, a maior que se possa ter em todo o mundo!
ExcluirO gosto muda mesmo com o tempo. E concordo que quando o assunto é diversidade, o vinho é campeão. Importante é estar aberto a novas experiências
ExcluirAbraços
Caro Ricardo , como sempre , sucinto e claro .
ResponderExcluirData venia sua opinião, que era a mesma do seu amigo , meu primo Saulzinho Galvão , tenho rejeição por ela , quaisquer sejam .
Sei que estou errado , afinal num país tropical …
Obrigado pelos ensinamentos .
Forte abraço .
Meu amigo Prado Neto,
Excluirem questão de gosto não existe certo ou errado
gostamos ou não e tudo bem
nosso querido Saul era mesmo apreciador de uma boa cerveja e nas degustações começa com uma falando que ia limpar a serpentina
essa sua frase ficou famosa
Ricardo - só nao tomo cerveja, pois dá barriga!!! É gostosa, porem.... minha vaidade fala mais alto. Minha quota de calorias prefiro gastar com um bom vinho....
ResponderExcluirA cerveja em excesso dá sim um pouco de barriga e aí precisa tomar cuidado mesmo
ExcluirComo disse no texto gosto de cerveja mas em pequenas doses
E faz bem em deixar a cota das calorias para o vinhos
abs