
Por Ricardo Bohn Gonçalves
Levar seu próprio vinho aos restaurantes é um assunto polêmico e nem sempre ameno na relação entre os donos e sommeliers da casa, de um lado, e os consumidores do outro. Nem todos os donos de restaurantes gostam de clientes que não compram os vinhos em sua carta. E muitos consumidores levam rótulos que são quase uma afronta ao chef.
Há algumas regras não escritas, no entanto, que pode ajudar nesta relação. A primeira é ter claro que o objetivo de levar um vinho ao restaurante é degustar rótulos diferenciados, especiais, que normalmente não estão na carta de vinhos da casa escolhida. É aquele vinho que você trouxe de uma viagem, ou aquela safra antiga, que você quer abrir com amigos. Tem também os rótulos raros, de safras ícones. Enfim, a noção de especial pode variar entre os consumidores, mas são sempre vinhos com esta proposta.
Não é, de maneira nenhuma, economizar na conta, evitando pagar o preço da garrafa e reclamando da taxa de rolha. Traduzindo: não se deve levar vinhos muito baratos, menos ainda aqueles que a gente encontra em promoção nas gôndolas dos supermercados. Assim como não deve levar um vinho que seja similar a rótulos vendidos no restaurante. Se quer levar um malbec em um restaurante argentino, por exemplo, ao menos escolha um malbec de pequena produção, de um produtor renomado ou totalmente desconhecido, que justifique a sua escolha. Por um malbec, certamente terá na carta da casa.
Selecionado o vinho, o próximo passo é, sempre que possível, avisar o restaurante que você vai levar a sua garrafa especial. Pode ser na hora da reserva da mesa. Aproveite para perguntar qual é a taxa da rolha, aquele valor que o restaurante cobra pelo serviço do vinho. E você deve pagá-la, sempre. Não vale dizer que não quebrou nenhuma taça ou que a taxa não é justa. Lembre que tem um profissional da casa cuidando da sua garrafa e trabalhando para que o serviço do vinho seja uma experiência única.
E se, ao ligar, você achou o valor da taxa de rolha absurda, simplesmente agradeça e procure um outro restaurante para levar o seu vinho especial. No passado, eu até já fui contra a cobrança da taça, hoje penso diferente e sei dos custos do restaurante. E sobre o valor da taxa, eu acho que ela deve ser semelhante ao valor do vinho mais barato da carta do restaurante.
Mas o que você pode é negociar a taxa da rolha, principalmente quando serão vários vinhos. Confrarias costumam fazer isso e não vejo problema algum. Tudo o que for combinado, não sai caro. E, se o restaurante não for cobrar a rolha, tenha a delicadeza de pedir um vinho da casa. Minha sugestão é pedir sempre um espumante de entrada como boas-vindas para os seus convidados e, assim, já pagar um vinho do restaurante.
Outro ponto importante é sempre compartilhar a experiência com o sommelier ou com a pessoa que está fazendo o serviço do vinho. Ofereça a ele uma taça de vinho e pergunte o que ele achou.
Com estes cuidados, o seu vinho vai fazer bonito no restaurante e vai valer muito o brinde!
Ricardo como está? Sinceramente sempre prefiro ir a um restaurante e tentar ser surpreendido com os vinhos da carta. Tem restaurante que não gosta que levemos nosso próprio vinho, não importa qual e por isso cobram taxas de rolha num valor absurdo para desestimular que o façamos. O problema é que tem restaurantes que tem cartas excessivamente enxutas e outros restaurantes até tem cartas bem interessantes, mas cobram preços muito acima da importadora tornando quase proibitiva a experiência de se consumir um vinho do próprio restaurante; mas concordo que o tema é complexo e as regras que voce colocou são realmente o que há de melhor nesta etiqueta de se levar vinhos em restaurantes e deveriam se seguidas por todos!
ResponderExcluirObrigado Vinicius pelos seus comentários. Abraços
ExcluirExcelente artigo.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio
ExcluirAbraços
Perfeita colocação.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário
ExcluirAbraços
Ótimo artigo Rica. Complementaria mais uma coisa: no caso do restaurante não cobrar rolha, é de bom tom « engordar » a taxa de serviço do restaurante. Afinal são utilizadas boas taças e os garçons farao o serviço do vinho de qualquer forma.
ResponderExcluirVocês destacaram o custo de um profissional nos restaurantes, que às vezes nos passa despercebido; foi bom ter a visão do contexto. Bom pensar em tudo isso e ter levantado essa questão.
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