
Por Ricardo Bohn Gonçalves
É tempo de Páscoa. De pensar em harmonizações com bacalhau, com o cordeiro ou com o chocolate, para quem aprecia este casamento à mesa. É tempo de rezar e jejuar, para quem crê. É tempo de reunir a família em torno da mesa para um almoço de domingo com maiores significados. De todas as datas religiosas, a Páscoa e o Natal são aquelas em que o vinho se faz mais presente, com as confraternizações em torno da mesa. Podemos dizer que a Páscoa e Natal são datas mais introspectivas, ao contrário do Carnaval e do Réveillon, onde vale a agitação.
Sim, definitivamente a Páscoa pede vinho. E esta confraternização deve ser celebrada, mesmo com a pressão crescente para a redução do consumo de bebida alcoólica. Se há um lugar onde o vinho tem espaço, culturalmente falando, é ao redor da mesa. A sexta-feira Santa sempre tem um peixe, e a pedida, invariavelmente, é um branco. Domingo, a tradição segue, e o branco o tinto depende da receita de cada família.
E, não raro, são rótulos portugueses. Fico pensando nas razões da predileção das pessoas pelos vinhos portugueses nesta data. Aqui na RBG Vinhos, por exemplo, percebemos esta tendência de nossos clientes procurarem, primeiro, uma garrafa de origem portuguesa, quando pensam em vinhos para a Páscoa.
A identificação do bacalhau com Portugal e com a Páscoa é certamente a razão principal. E eu mesmo confesso que gosto da ideia de combinar bacalhau com vinhos brancos. A qualidade dos brancos portugueses melhorou muito nas duas últimas décadas e a escolha da uva depende da receita escolhida. Um bolinho de bacalhau pede um vinho verde; assim como um bacalhau em postas combina muito com a encruzado, a uva branca do Dão.
Vale lembrar que Portugal ocupa a vice-liderança entre os países que têm mais uvas autóctones, aquelas originárias em seu território (perde apenas para a Itália). Isso significa que temos uma variedade enorme de uvas para combinar com todas as receitas de bacalhau. Vale lembrar, ainda, que para os portugueses bacalhau não é pescado, é bacalhau e isso permite harmonizar a receita também com vinhos tintos.
A Páscoa, ainda, é a época de chocolate, principalmente nos ovos de Páscoa. E, aqui, Portugal ganha destaque porque a melhor harmonização de chocolate é com o vinho do Porto. O estilo, se tawny ou ruby, vai depender do chocolate escolhido, se tem frutas secas, se o tem mais ou menos cacau. Mas é sempre o vinho do Porto que brilha no brinde à mesa.
Aproveito para desejar para todos vocês uma Feliz Páscoa, rodeado de pessoas queridas. Um brinde.
😀
ResponderExcluirExcelente Páscoa Ricardo para voce e toda a sua família! Quanto às harmonizações não sigo a tradição pois não tenho paladar para peixes e frutos do mar. Mas não me furto a harmonizar um bom chocolate 55% cacau, com um ótimo Vinsanto, caso tenha disponível na adega, já que esse tipo de vinho está cada vez mais raro de se encontrar no mercado brasileiro.
ResponderExcluirVincius,
ResponderExcluirobrigado pelo comentário e é uma boa combinação sim com os raros vinsato
abraços