Faro nos bons produtores

RBG Vinhos

Por Ricardo Bohn Gonçalves


Você conhece os vinhos da Quinta das Bagéiras, da Bairrada? E da Casa da Passarela, do Dão? Sou suspeito porque rótulos destas duas quintas estão no portfolio da RBG Vinhos, mas acho que são produtores portugueses que vocês deveriam conhecer, tanto nos brancos como nos tintos. Cito estes dois produtores, cujos vinhos tive a chance de provar recentemente, para contar da minha parceria com a Premium Wines, hoje uma importadora do Orlando Rodrigues e que tem o seu filho Augusto como seu braço direito.

Conheço este mineiro falante e simpático há mais de 20 anos, talvez 30. Lembro bem quando ele começou sua importadora, então com o Rodrigo Fonseca como sócio. Na época, os dois eram entusiastas dos vinhos da Nova Zelândia, aliás, ainda são. E viram nos pinots noir, sauvignon blancs e chardonnays do país uma oportunidade de ter um portfolio diferenciado do que se trazia para o Brasil.

Foi uma ideia certeira. Era uma época em que o mercado consumidor pedia a diversidade do mundo do vinho (aliás, ainda pede, mas nem sempre o dólar permite). E que o câmbio possibilitava trazer brancos e tintos de terroirs tão distantes, com preços competitivos. Sorte de quem já gostava de vinho naquela época e que pode se deliciar com as maravilhas que esta dupla importava, inclusive bons rótulos de custo qualidade. Dou um exemplo: os tintos da Rippon, que acho que foi um dos primeiros rótulos a entrar no catálogo da Premium, e segue até hoje. São verdadeiras joias da região de Central Otago, na Ilha Sul.

O tempo passou, o Rodrigo decidiu sair do mundo do vinho, e o Orlando passou a tocar a importadora com a ajuda da família. E, com o preço do dólar nas alturas, passou a diversificar o seu portfolio, trazendo garrafas das mais diversas origens. O faro paraencontrar bons produtores continuou afiado nesta nova fase. E foi isso que eu pude comprovar com os dois produtores que eu citei no começo deste texto.

No início de junho, cinco produtores da Premium vieram para um tour pelo Brasil, com direito, claro, a parada em Minas Gerais, entre outras cidades. Passaram também por São Paulo, onde eu pude provar vários vinhos e conversar com os produtores. Dos quatro produtores portugueses, é interessante perceber que cada um tem a sua proposta única nos vinhos e que não competem entre si, mas que todos eles têm a qualidade como norte.

Do Alentejo, tem os vinhos do Manuel Lobo de Vasconcellos, que depois de consolidar o seu nome como grande enólogo do Douro, decidiu ter o seu projeto pessoal no Alentejo. Da Bairrada, Orlando convenceu o produtor Mário Sérgio Alves Nuno a fazer sua primeira visita ao Brasil, acompanhado por seu filho Frederico, na proposta de elaborar vinhos autênticos, com a mínima intervenção. Teve ainda o Paulo Nunes, que comanda os vinhos da Casa da Passarella e também o seu projeto pessoal, os dois na região do Dão. E teve também o João Roseira, da Quinta do Infantado, que além dos vinhos, é o criador da feira Simplesmente Vinho, que reúne os adeptos dos vinhos de baixa intervenção em um encontro no Porto.

E para tornar o evento ibérico estava presente ainda o Joan Arrufí, da Terra Alta, um projeto na Catalunha, na Espanha. E que mostrou como a garnacha branca é mesmo uma uva para se prestar atenção.



Comentários

  1. Vinicius Toledo22/6/25

    Bom dia Ricardo,

    A Premium Wines tem um portfólio realmente invejável, sem dúvida nenhuma, a minha única crítica é que eles nunca facilitaram muito a venda ao consumidor final. A venda direta pelo site é uma tendência irrevogável, mas eles ainda não implantaram essa solução. Mantendo no site apenas as informações dos vinhos que vendem, fazer o que né!

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