O encanto da Toscana e da sua sangiovese

RBG Vinhos

Por Ricardo Bohn Gonçalves


Os bons Chiantis e Brunellos di Montalcino explicam porque a sangiovese é a uva mais plantada na Itália – e isso em um país que tem mais de 500 variedades autóctones, como são chamadas aquelas uvas que são originárias de uma região ou país. Neste último mês, tive a oportunidade de entender um pouco mais sobre essa uva tão identificada com a Toscana, mas que não é cultivada apenas nesta região tão especial da Itália. E, melhor, que tanto combina com a gastronomia local, o que me surpreendeu positivamente.

Isso porque a Toscana foi o destino desde ano do projeto Al Mondo, que o casal Marcelus e Suzana, amigos queridos, desenvolveu sob medida para quem quer passar uma semana de férias unindo boa gastronomia, vinhos e cultura. O cenário escolhido foi a cidade de Contignano, numa casa no alto de uma colina e com visão para a região do Val D’Orcia. O cuidado e a atenção aos detalhes da Suzana deixam a casa com perfil de um hotel seis estrelas. A gastronomia do Marcelus, por sua vez, deixa qualquer um com água na boca.

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E, pelo terceiro ano consecutivo, me coube a prazerosa tarefa de escolher os vinhos que iriam acompanhar as criações gastronômicas do Marcelus. No ano passado, como escrevi aqui neste espaço, fui para a Puglia e, no anterior, para a Borgonha, os dois últimos destinos escolhidos pelo casal para este programa feito sob medida. Nas três vezes, a minha rotina inclui visitar os mercados e feiras com o Marcelus e pensar os vinhos a partir do cardápio criado por ele. Neste ano, além das massas (impossível falar da Itália sem elas), tivemos muita carne e funghis.

Sobre os vinhos, a proposta é selecionar garrafas entre os produtores locais ou os pequenos comerciantes, o que me possibilita descobrir os melhores cavistas de cada viagem. Neste ano, a sangiovese foi a uva protagonista das minhas escolhas. E me surpreendi ao encontrar aqueles vinhos elaborados de maneira mais delicada com a uva e não daqueles muito extraídos, que acabam com o encanto da variedade.

Entre os chiantis que eu selecionei, teve o Querciabella, um vinho de cultivo biodinâmico, que conheci no Brasil quando o Amauri de Faria ainda era o dono da Cellar.
Também degustei brunellos que me impressionaram, como o Tenuta Nova, do Casanova di Neri, o Gorelli e o Corte DeiVenti. Também provamos alguns rossos di Montalcino, que são a parada segura para dias mais tranquilos, sem a potência de um brunello.
E também provamos alguns Montepulciano. Teve até um jantar especial com brunellos, supertoscanos, chiantis e nobile di Montepulciano para mostrar o melhor da Toscana. Na relação de produtores, teve desde Biondi-Santi e Tiagnello, por exemplo, até produtores locais, que não exportam para o Brasil.
E muitos momentos agradáveis ao redor do vinho, como deve ser.





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