
Por Ricardo Bohn Gonçalves
Dezembro chegou e o mês traz, invariavelmente, a pergunta de que vinho dar de Natal. Presentear com brancos, tintos, champanhes é, ainda bem, uma opção cada vez mais pensada pelos meus grupos de amigos e clientes não apenas para os aniversários, mas nos mimos do Papai Noel.
Quando eu tenho de escolher um vinho para presentear, e esta é a minha experiencia pessoal, sempre penso em quem vai receber a garrafa. Lembro da pessoa, das suas características, dos seus gostos particulares. Mas, confesso, para mim o vinho é quase um presente de longo prazo e sua escolha acontece de forma não planejada.
Talvez por eu trabalhar com vinhos e, certamente, porque todos ao meu redor sabem da minha paixão pela bebida do deus pagão Baco, as pessoas comentam comigo sobre a bebida. Às vezes citam um vinho que gostou, em outras querem saber de algum rótulo, comentam de uma notícia específica. Quase sem querer, quando eu tenho, ou melhor, quando eu quero presentear esta pessoa, eu lembro destes comentários e, se tenho este vinho específico ou algum rótulo relacionado ao comentário, ele será o meu presente certeiro.
Aliás, a minha adega pessoal tem várias garrafas “penhoradas”. São vinhos que tenho guardado e que em algum momento, normalmente por comentários dos meus amigos, eu decido que vou presenteá-lo com a garrafa em questão. Às vezes a garrafa fica separada por anos, até eu ter a oportunidade de presentear. E gosto muito disso, de saber que vou presentear ou beber uma garrafa com uma pessoa específica. É uma forma de mostrar carinho, de fortalecer a amizade e mostrar que a pessoa é importante para mim.
Imagino que você que está me lendo deve pensar: “Ah! Mas para o Bohn é fácil escolher vinhos”. Talvez seja, sim, mais fácil para mim, mas acredito que presentear com vinhos pode ser um momento bem agradável de escolher um presente, mesmo que você não saiba muito sobre a pessoa a ser presenteada. Quando sabe a preferência, claro que é mais fácil escolher o rótulo, e como o universo de vinhos é quase infinito, não tem aquela preocupação de dar um vinho que a pessoa já tenha. Aqui, o máximo que vai acontecer é o presenteado ter mais de um vinho igual, o que não é um problema, quando pensamos nos inconvenientes de ganhar uma gravata ou uma bolsa repetida.
Mas o vinho é também um presente clássico. A começar por Bordeaux, que tem os seus grandes vinhos, mas também têm ótimos rótulos nas diversas faixas de preço – e conto aqui que tenho me surpreendido com os petit chateaux, de valores que cabem no bolso. Acho difícil alguém não gostar de Bordeaux. Assim, como os espumantes e os champanhes são sempre bons presentes, daqueles que vão deixar a pessoa feliz em receber a garrafa como presente. E quando a ideia são presentes de maior valor, os Barolos, os grandes vinhos do Piemonte, são um presente certeiro.
Sua publicacao sempre acrescenta. Obrigada
ResponderExcluirLegal saber o que se passa na cabeça de quem trabalha com vinhos na hora de presentear. Somos todos humanos :)
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