A hospedagem vem definindo o meu estilo de viagem. Explico melhor: estive recentemente na Borgonha, na minha oitava visita a essa região francesa que tanto me fascina (também) nos vinhos. E tive a oportunidade de ficar hospedado no Château du Chassagne Montrachet, no centro do pequeno vilarejo de mesmo nome. Se você for meu leitor, vai lembrar que em março eu também escrevi sobre a Borgonha e contei que alugamos uma casa pertinho de Beaune.
Nessas duas viagens, estava em pequenos grupos de amigos e optamos por ficar longe dos hotéis tradicionais. Nada contra a eles, são eficientes e resolvem bem a necessidade do viajante de ter um lugar para dormir. Mas o meu caminho tem sido priorizar locais onde eu posso conversar mais com os meus amigos, não raro com um bom vinho na taça, e viver uma experiência mais ligada ao destino que eu decidi viajar – já adiantando, devo fazer em breve uma viagem para a Puglia, na Itália, também com essas premissas e prometo contar por aqui minhas experiências.
No Château du Chassagne Montrachet, onde estava hospedado apenas o nosso grupo, tive boas conversas com o cavista do vilarejo. Ainda bem que todas as pequenas cidades da Borgonha têm a sua lojinha de vinho, em geral atendida por uma pessoa que entende como poucos dos brancos e tintos ao seu redor. No caso, o cavista tinha muita informação dos vinhos de Chassagne e também de Pulliny.
Andarilho que sou, também aproveitei para andar pelos vinhedos locais, que marcam a paisagem. Nessas caminhadas, posso dizer que aprendi bastante sobre as vinhas, só de prestar atenção às inclinações do terreno, em como o sol ilumina cada planta, em onde estão os seus vinhedos grand cru, e assim por diante. Chassagne é também vizinha ao vilajero de Saint Aubin, e há sutis diferenças na paisagem que se refletem nos vinhos. São informações que vem naturalmente, da observação, de se permitir uma simples caminhada pelas vinhas.
Também aproveitamos para fazer compras no mercado local – um dos amigos do grupo adora cozinhar e nos presenteou com uma bela refeição em uma das noites. Nos demais dias, o château disponibilizava uma boa cozinheira que, claro, preparava o menu com ingredientes da região. Cozinhar com ingredientes locais, o que nos faz ir ao mercado, à feira, ao açougue também foi uma das coisas que fizemos na viagem anterior. É uma maneira diferente, que nos permite interagir mais com a cidade, com seus habitantes e aprender a sua cultura.
Desta vez, foi uma viagem de muitos brancos. No grupo, havia o consenso de que queijos combinam melhor com vinhos brancos (o que eu concordo). O cavista também concordava com isso e fez boas sugestões. E como o grupo (acho que nem precisa dizer) adora vinhos, o programa incluiu visita a algumas vinícolas, como a Edouard Delaunay, em Nuit Saint Georges. Na Louis Latour, ainda, tivemos uma degustação especial. De todas as degustações, me surpreendi com alguns vinhos de baixa intervenção.
Mas como toda viagem tem o seu dia de turista, vivi o meu na minha última parada. Em Paris, consegui esquecer o celular no táxi a caminho do hotel. Por sorte o aparelho estava ligado e aqui do Brasil, a Silvia, minha filha, conseguiu falar com o taxista, que devolveu o aparelho. Foi um pequeno estresse, mas logo esquecido pela delícia do roteiro.
Excelente blog. Conte-nos mais sobre as degustações.
ResponderExcluirNos conte mais sobre as degustações.
ResponderExcluirÉ ótimo poder viajar em grupo, infelizmente não tenho nenhum grupo que adore vinhos como voce, é um bom privilégio tê-lo! Quanto à combinação de vinhos brancos com queijos, em geral é assim mesmo, não existem tantos queijos de massa dura, como o parmigiano-regiano, para pensar em casar com vinhos tintos, concordo também com essa premissa.
ResponderExcluirRicardo ..fico feliz em saber das suas andanças pelo vinhedos e arredores!Abr
ResponderExcluirRicardo fico feliz em saber das suas andanças pelos vinhedos e arredores!Abr
ResponderExcluirVocê escreve bem e sabe contar de maneira interessante sobre suas viagens. Dá muita vontade de ir a esses lugares e beber muito vinho!
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